Marcianos adoram skate
O lançamento de Cosmos, filme que mistura skate e os mistérios do univerno
Publicado em 12/2016
Imerso - adj.
Mergulhado; [Figurado] Que está profundamente envolvido ou coberto por.
Da raiz do estado de imersão, saiu o nome do novo canal de conteúdo do I Hate Flash. Imerso reunirá tudo sobre esportes de ação e atividade ao livre, motivado pela criatividade, pelo skate e pelo surf. Na estreia do canal, lançamos o filme Cosmos, produzido pela Serra Negra Filmes.
Qual você acha que seria a percepção de um ser extraterrestre sobre a sua relação com a atividade que mais te faz feliz? Será que ele conseguiria captar essa intimidade? Será que ele acharia essa atividade muito louca?
Esse foi o ponto de partida de Cosmos, filme que acabou de ser lançado pela Serra Negra Filmes, produtora independente especializada em filmes de skate e surf - não por acaso, duas das maiores paixões da equipe. Além do filme, eles desenvolveram uma coleção-cápsula de camisetas com a Redley, que também estreou no dia do lançamento, na Void Barra. "Foi o skate que nos uniu e tentamos dialogar bastante com esse universo. O skate é a ocupação da rua", define Luiz Furtado, co-diretor juntamente de Pedro Cantelmo da Serra Negra. "Trabalhamos neste projeto por um ano. Já pensávamos em fazer algo que reunisse skate e astronomia e estávamos lendo bastante sobre astronomia na época. Foi um processo bem introspectivo de criar um filme que rompesse com a ideia da obrigação de ter manobras de skate (em um filme de skate). Não queríamos isso. A manobra está ali pra mostrar uma referência estética, não pra mostrar a manobra em si ou o que ela representa no universo do skate. Quisemos mostrar que pode haver arte no skate e que a arte também pode ter manobras e referências do mundo do skate", explica.
Durante todo o processo de montagem do conceito e roteiro, o amigo Leo Rodrigues sempre esteve na cabeça de todos como o protagonista do filme. "O Leo é a personificação de tudo que há no filme. Temos certeza de que ele não é do planeta Terra, provavelmente é um extraterrestre. Ele se alimenta de cigarro, açaí e sushi, então, para ele estar em pé e andar de skate com essa alimentação, é porque ele não é normal", brinca Luiz.
Em quase cinco minutos de filme, os meninos mostram como seria se um "ser externo" (não necessariamente um alien, eles fazem questão de reforçar) nos visse e enxergasse o skatista e a relação dele com a rua e a cidade. "Dentro do projeto acabamos tomando um outro rumo, o de questionar a existência da humanidade, quem somos nós, de onde nós viemos, o que nos preenche como ser vivo e o que nos é externo, o que vem de fora. A ideia do filme é mostrar como seria o que vem de fora para dentro, para o que a gente sente, para os nossos sentimentos, para a nossa vivência como ser humano", conta.
O fascínio pelos mistérios do universo e o que pode estar fora do nosso planeta contagia todos os membros da equipe do filme. Pedro Cantelmo, co-diretor, curador e editor da produtora, por exemplo, conta que já teve várias experiências, especialmente na infância, o que o levou a pesquisar muito sobre isso. "Acho que é muito pequeno acreditar que só existimos nós no universo, que só o ser humano é pensante e nós somos a alma que representa o que é viver. Não! O universo é muito extenso. Eu sou totalmente sem crença (religiosa), acho que uma célula se uniu com outra célula e foi ver no que que dava. Acreditar que isso só aconteceu aqui é bizarro, o universo é gigantesco. Todas essas ocorrências de OVNIs e mistérios que surgem por aí não podem só ser coisas da nossa cabeça", diz.
E o que será que essa galera de fora achou do nosso rolê de skate? Luiz conta: "Acho que os caras de fora acharam o Leo muito louco e meteram o pé, foram pra Marte".