5 perguntas para Otomo Yoshihide
Músico experimental japonês fará oficina e show no Festival Novas Frequências, nos dias 3 e 4/12
Publicado em 12/2017
Pra você ver que o Festival Novas Frequências não é brincadeira, tem gente chegando até do Japão - também conhecido como "o outro lado do mundo". O compositor e multi-instrumentista Otomo Yoshihide está quase aterrissando no Rio para uma dobradinha nesta edição do principal evento internacional de música experimental e explorações sonoras da América do Sul.
Neste domingo (3), ele ministrará um workshop de improvisação, na Audio Rebel, em Botafogo, e na segunda-feira (4), subirá ao palco do Teatro XP Investimentos, no Leblon, ao lado de Felipe Zenícola e Renato Godoy, do trio carioca Chinese Cookie Poets.
Otomo é referência em música experimental e improvisação ao redor do mundo e é apaixonado por trilhas sonoras - tanto as que fizeram parte da sua infância, quanto as que ele mesmo cria. Pra gente já chegar no festival conhecendo um pouco mais sobre o cara, fizemos como com Jeremy Gara, do Arcade Fire, e mandamos cinco perguntas para ele, que é rápido e direto nas respostas. Nos próximos dias, quem sabe, conseguiremos convencê-lo a tocar surdo numa roda de samba. Quem acredita sempre alcança.
No Novas Frequências, você vai tocar solo e também com o pessoal do Chinese Cookie Poets, Felipe Zenicola e Renato Godoy. O que você mais curte em trabalhar com artistas jovens? Provavelmente, eu estou ficando velho e é por isso que eu gosto de trabalhar com músicos jovens agora. Estou especialmente interessado em músicos do leste e sudeste asiáticos e nos latino-americanos. São boas novidades.
Você está fazendo workshops com crianças e deficientes físicos. Como está sendo essa experiência? Nossa, é tão tão tão tão tão interessante. Eles são mais livres que os músicos profissionais.
Vi que a música de programas de TV dos anos 1960 é uma das suas influências, e, atualmente, você trabalha com trilhas sonoras. Quais são as suas trilhas favoritas de todos os tempos? As composições de Takeo Yamashita para as trilhas de TV dos anos 60’ ao início dos 70’, as trilhas de filme de Toru Takemitsu, especialmente entre os anos 50’ e 70’, e é claro que eu gosto de Nino Rota, Ennio Morriccoe e muitos, muitos outros.
A música brasileira está entre as suas pesquisas e interesses? Se sim, o que, ou de quem, você mais gosta? Estudei um pouco de música brasileira no meio dos anos 80’. Sim, eu era muito interessado pela música latino-americana, especialmente a brasileira, quando era jovem e ainda hoje. Eu fui a uma escola de samba japonesa por dois ou três anos e toquei surdo. Eu não era um bom nisso, mas essa experiência me ensinou muito sobre como criar junto de várias pessoas. E eu estudei o que é a parte divertida da música.
Por que é importante ter festivais como o Novas Frequências, que apresenta e debate a música experimental, no Rio de Janeiro? Se alguém realmente sente que precisa fazer um festival, essa pessoa deve fazer o festival. Acho que isso é tudo o que importa.
É muito bom porque você pode ver não só um (artista), você pode fazer um mapa de tudo o que os vários músicos estão fazendo, e não apenas de uma forma. Eu acho que isso é importante. Enfim, estou muito empolgado para participar do festival e tocar com Felipe e Renato.