Viajar é preciso. Ser compacto também
NikeLab x Kim Jones e as dicas de como fazer o estilo caber na mala
Publicado em 08/2016
“Para viajar basta existir”. No momento em que estamos a um clique de qualquer lugar do mundo, a frase de Fernando Pessoa cai com uma luva. Mesmo com todas as marmotas do mundo online, continuamos com aquela vontade louca de arrumar as malas (ou a mochila) e cair na estrada. Mas, para estar preparado para rodar o mundo a qualquer instante, é necessário, primeiro, otimizar a bagagem. Afinal, não dá para se aventurar por aí arrastando três malas pelos metrôs e trilhas do globo.
Ter um estilo compacto é o primeiro mandamento do andarilho – seja ele urbano ou selvagem. Por isso, as roupas versáteis, que servem tanto para caminhar o dia todo quanto para trabalhar ou cair na gandaia, são as maiores aliadas dos cidadãos do mundo. Não é a toa que eles são fãs da dobradinha sportswear + grandes estilistas, que sempre resulta em looks eficientes. Já ouviu falar em athleisure? É um termo que surgiu em Nova York e é usado para definir a estética que associa a roupa atlética, principalmente voltada para atividades mais urbanas, como corrida e yoga, ao guarda-roupa casual (“leisure”, no inglês) do dia a dia. A palavrinha americanizada não sai da boca (nem do armário) da galera que está sempre em trânsito.
Uma das responsáveis por traduzir o conceito para a moda nacional, Costanza Pascolato, diz que não tem muito mistério na hora de fazer as produções. Adepta da caminhada e do pilates, o grande truque da tendência “athleisure” que, mais do que moda, aponta uma mudança de comportamento, está na praticidade. “Desde o advento da sportswear, tudo que é mais confortável e casual está em alta. O grande segredo dessa nova vibe é que ela não faz uma simples adaptação de peças de moda para um look esportivo. A ideia é misturar peças de performance ao que você tem de mais formidável em termos de roupa”, ensina Costanza. Entre os itens que a “papisa” considera indispensáveis para fazer composições estão as leggings, as jaquetas e os tênis. E, sim, os homens também podem usar legging, ok?
Dona de uma agenda intensa de exercícios e de viagens, a blogger Lu D'Angelo jura que não acha complicado conciliar as atividades físicas com o número de carimbos em seu passaporte. Basta se programar. “Sinto um imenso prazer pelas duas coisas. Antes de chegar ao destino, sempre checo se tem alguma prova ou maratona, e já fico de olho nos locais mais bacanas para fazer uma atividade”, conta. Mas como fazer aquela mala dos sonhos, de 10kg, tendo que encaixar looks para praticar esportes e para ir aos eventos de moda? O segredo, segundo Lu, é combinar peças jeans e neutras, incrementando-os com jaquetas e outros elementos esportivos. “Sempre levo roupas de malhar que possam ser combinadas com peças de pegada mais street”, dá a dica.
Ainda fomos ouvir outro viajante do mundo da moda, André Carvalhal, que atualmente comanda o espaço de co-working da moda carioca, Malha. Junto com Lu, ele é um dos embaixadores da collab entre a NikeLab e o estilista Kim Jones, lançada essa semana na loja da Nike em Ipanema. O designer britânico colocou nas prateleiras uma coleção dedicada aos viajantes, a Packable Sport Style, que tem como ponto de partida peças clássicas, como a jaqueta “quebra-vento” e as calças esportivas, que ganharam versões portáteis e fáceis de guardar na mala. Praticante de corrida, remo e yoga, Carvalhal já teve a oportunidade de treinar em cenários deslumbrantes pelo mundo, com destaque para o deserto do Atacama. “Apesar de ter sido uma corrida difícil por conta das condições climáticas, o cenário foi um absurdo!”, comenta André, que só leva na bolsa de viagem roupas e tênis que ele possa usar tantos nos treinos quanto fora deles.
Entre uma escala aqui, uma conexão ali e muito corre, Fernando Schlaepfer, diretor criativo aqui do I Hate Flash, aproveita para fazer suas atividades físicas se locomovendo entre um compromisso e outro. Para isso, a bicicleta é o melhor remédio. O trabalho com fotografia só reforçou a vontade de ter no guarda-roupa itens práticos e confortáveis. “Mesmo que não seja necessariamente uma roupa esportiva, dou preferência para peças flexíveis, que não prendam os movimentos”, diz Schlaepfer, lembrando-se de uma pedalada inesquecível que deu no festival Burning Man, em um deserto no estado americano de Nevada: “Lá é tudo super longe, então você tem que andar de bike 70% do tempo para chegar nas atrações. O lance é pedalar sem parar, até alcançar o sol”.
O que te falta para arrumar as malas (bem compactas) e seguir viagem? Portas em automático!