Como foi o show do Rancid depois de 20 anos de espera
Costa fala sobre a emoção de ver seus ídolos de Infância ao vivo no Lollapalooza
Publicado em 04/2017
Quando eu tinha 11 anos e estava mexendo nas coisas do meu irmão, achei mais coisas do que algumas revistas ~adultas~ e quadrinhos do Super-Homem e Wolverine. Achei alguns CDs, e, dentre eles, um sem a capa e no disco estava escrito: “RANCID”. Na contra-capa, uma foto de quatro homens com moicanos fazendo um sinal obceno. Ouvi os primeiros acordes de “SideKick”, “Radio” e “Salvation”. Músicas rápidas, uma voz rouca e um baixo muito marcante.
Passados alguns anos, pedi para meu pai um skate. Meu vizinho me deu uma fita K7 que no lado A tinha “Leche con Carne”, do No Use for a Name, e no lado B, “And Out Come the Wolves”, do Rancid. Apaixonei-me pelas duas bandas e descobri que gostava de ~punk rock~.
Conheci alguns amigos no colégio, um deles tinha o primeiro disco do Rancid e me contou a respeito da banda Operation Ivy. Durante anos vi bandas nacionais tocando covers de Rancid, inclusive, uma delas sofria tanto com o público pedindo para tocar Rancid que fez uma música para ~calar a gente~.
Sempre, sempre imaginei como seria quando eu visse um show deles. Corta para 15 anos depois: o Lollapalooza anuncia o line-up do festival e tá lá o nome. Não conseguia me controlar, fiquei realmente emocionado. Em 2016, o disco “And Out Come the Wolves” completou 20 anos e a turnê deles foi basicamente em torno desse álbum. E hoje completei essa parte da minha vida. Se eu contasse pro Chiquinho de 11 anos que 21 anos depois de descobrir aquele CD ele, que, no caso, hoje sou eu, estaria num festival, como fotógrafo, fazendo a cobertura oficial do mesmo, acho que ele nunca acreditaria.
Falando um pouco do show, eles abriram com “Radio”, a música que às vezes tocava na Cidade, a radio rock. Em seguida, encheram nossos corações com diversas músicas do tão amado disco que completou 20 anos. Vi o solo de baixo de “Maxwell Murder” e pude ir às lágrimas com “Bloodcot”. Foi um show lindo, eles foram muito gentis com o público e eu senti uma alegria e um prazer de estar ali ao lado dos meus amigos e de desconhecidos que abracei, empurrei, cantei e, no caso, fotografei.
Eu poderia me estender aqui em detalhes dessa noite tão especial e única. Então, deixo aqui meu muito obrigado a essa banda que fez e faz parte da minha vida. <3