Rio Parada Funk
8 Anos de Resistência Cultural
Publicado em 01/2019
Com apenas três dias para o fim de 2018, rumo a um futuro de incertezas e sob um sol de 40º, o Terreirão do Samba abriu as portas pela primeira vez para receber a 8ª edição do maior baile funk do mundo, a Rio Parada Funk.
A Rio Parada Funk foi marcada por momentos de muita emoção. O primeiro deles foi a homenagem a Mr. Catra, feita pela sua companheira Silvia Catra e seu filho MC Alandim, além da MC Tati Quebra Barraco, que também prestou suas homenagens. Juntos relembraram os clássicos e com os funkeiros emanaram muita energia positiva pro negão. Outro momento emocionante foi a primeira aparição da Verônica Costa na equipe Furacão 2000. Depois de vários anos afastada, a mãe loira subiu no palco principal da Rio Parada Funk cercada por fãs, admiradores e crianças. Verônica discursou, se emocionou, agradeceu e na sequência abriu o microfone para os funkeiros relembrarem os imortais “Gritos de Galera”. Foi Foda!
Falando em “Gritos de Galera”, não podemos deixar de destacar a equipe A Coisona, que esteve presente em todas as edições da Rio Parada Funk com seus fiéis mulões, bondes e galeras. Foi muito bonito presenciar e ver funkeiros de vários lugares do Rio de Janeiro e Grande Rio, lado B e lado A, resgatando todo aquele sentimento. É claro que sempre há possibilidade da bomba estourar, mas como a maioria veio com a família, os guerreiros do corredor zoaram na maior paz. Mó barato!
A diversidade da Rio Parada Funk é o que faz o festival único no seguimento. É notável a preocupação da curadoria em contar uma história que agrade e agregue todos os funkeiros, sejam da antiga ou da nova geração. O funk é um só, mas engloba muitos ritmos, Bpms e batidas variadas. Todos querem ouvir o hino da sua geração.
O cuidado nas escolhas dos artistas, das equipes e disposição das mesmas no espaço durante o evento, é fundamental para a harmonia do bailão, que já acontece no Rio de Janeiro desde 2011. Ao longo desses anos, mais de um milhão de pessoas dançaram e curtiram o maior baile funk do mundo.
Na edição de 2018 da Rio Parada Funk, vimos a estreia triunfal da equipe "O Som Acima do Normal" (antiga Cash Box), do saudoso DJ Marcão. O público, ao chegar, já se deparou com o grave dos clássicos nos vinis, dessa equipe que foi uma das pioneiras do funk. A Espião Shock de Monstro, presente desde a primeira edição do evento, juntou DJs da antiga e da nova geração, proporcionando uma ponte perfeita entre o passado e o presente. A equipe O Chatubão Digital do Byano DJ, pelo segundo ano consecutivo, se destacou com o ritmo acelerado do 150 bpm e seus DJs de comunidade. Bagulho doido!
De acordo com Mateus Aragão, idealizador do evento, “A Rio Parada Funk é de todos os funkeiros e, mais que um grande desafio, é um imenso prazer produzir o maior baile funk do mundo com vocês.”
Em 2018, a RPF contou com a ajuda do público para a sua realização, diferente dos anos anteriores. Por conta da mudança de gestão e da crise que assola todo o estado do Rio de Janeiro, o diálogo ficou mais difícil, impossibilitando uma gratuidade nos ingressos.
Mesmo com algumas dificuldades, os artistas, MCs, DJs, donos de equipes de som, produtores de bailes, rádios, entre outros, se mobilizaram pelo fortalecimento do Movimento Cultural Funk.
Rio Parada Funk é um projeto que consagra de vez o funk como cultura popular carioca, mobilizando a massa funkeira em um grande encontro, mostrando que o batidão é um poderoso e eficiente agente conscientizador junto à sociedade, que pode gerar uma juventude solidária e cidadã.
Seus idealizadores têm a certeza de que o funk carioca é um gênero tão contestador, diversificado, divertido e influente como qualquer outro gênero musical e em suas fileiras estão alguns dos artistas mais vendidos e requisitados para shows dos últimos tempos.
Linha do tempo:
2011 - Largo Da Carioca
2012 - Arcos Da Lapa
2013 - Apoteose
2014 - Largo Da Carioca e Praça Tiradentes
2015 - Apoteose
2016 - Aterro do Flamengo
2017 - Apoteose
2018 - Terreirão do Samba