I Hate Tour '14 - Japan Trip
Fotos diárias da nossa caça por festivais de música no Japão!
Publicado em 07/2014
24/07 - Dia 1
Não é como se esse tipo de viagem (em todos os sentidos) fosse novidade vindo da gente, né?
Pela segunda vez no ano saímos em turnê pelo mundo com o objetivo de caçar festivais de música. Dessa vez são vários destinos consecutivos: o retorno ao Burning Man, o novato Riot em Chicago, o intrigante Unknown na Croácia e o fanfarrão Tomorrowland na Bélgica. Mas antes dessa correria toda, começa a nossa turnê pelo Japão!!!
Serão três festivais, o Fuji Rock, o Rock in Japan e o Rising Sun, em cidades diferentes, o que nos leva para um passeio gigante pelo país!
A viagem começou com uma parada estratégica em Los Angeles, onde o voo de vinda faria conexão. De lá viemos direto para Tokyo, no total de 26 horas de voo (fuuu). Como ficamos por um mês inteiro, resolvemos alugar um apartamento na cidade. Apesar da burocracia chata que envolve isto, é muito razoável mesmo, tanto pelo valor como pela comodidade e segurança.
O Japão tem um esquema bastante interessante para estrangeiros querendo viajar de trem, o JR Pass. Pagamos um valor fixo (meio caro) e por 21 dias podemos usar todos os trens da companhia JR sem custos. Pra quem vai pular de cidade em cidade como nós, vale muito a pena. A economia é ainda maior porque boa parte dos trens que circulam dentro da cidade também estão inclusos nesse pacote.
Dessa vez ficamos um pouco mais afastados do centro, para termos mais mobilidade quando formos sair da cidade para os festivais. É bem legal ver essa cara mais residencial de Tokyo, menos caos e pessoas irritantemente bem vestidas, e bem mais bicicletas e velhinhos.
No nosso primeiro almoço, em um pequeno restaurante com cara de negócio familiar, dividimos o espaço com esse sujeito apagado. Ninguém falou nada, ninguém nem olhava na direção dele. O uniforme dele parecia de um desses sarariman que trabalham 16 horas por dia. Reparamos também mais deles nos trens e inclusive jogados pela estação. Me pareceu que todos entendiam a carga puxada de trabalho, e respeitavam o cansaço do sujeito.
Partimos enfim para Shinjuku, um gigante centro comercial, onde a prioridade era comprar os ingressos para os shows e festivais que queríamos ver. Compra-se aqui em máquinas instaladas em lojas de conveniência que estão em todo o lugar. Pega-se o código dos artistas no site, digita na máquina, paga no caixa e pronto.
Por lá, chuva. Muita chuva. Passeio miado. Em seguida, a difícil missão de escolher um restaurante onde comer. Todos parecem oferecer as mesmas variações de carne frita com macarrão e nenhum parece ser estrangeiro friendly. Acabamos em uma das dezenas de galerias de compras, o Lumine, e chegamos em um bloco de restaurantes hypados com enormes filas, over decorados tematicamente, e lotados de jovens, a esmagadora maioria garotas. Parecia a praça de alimentação de uma convenção lolita.
Escolhemos o restaurante pela sobremesa.
Agora é só se localizar no mapa MOLE do metrô e pegar 2 horas de viagem para o Fuji Rock amanhã hiper cedo!
Fuji Rock - Set completo de fotos -
O festival acontece em um ski resort em Nigata. O nome vem da primeira edição, realizada na base do Mt Fuji (mas que não pode ser mais lá pela quantidade de público). É basicamente o Coachella da Ásia, com um lineup misto de artistas locais e estrangeiros.
Saindo de Tokyo leva cerca de 1 hora e meia de Shinkansen (trem bala) até o distrito de Yuzawa. De lá até o festival são 40 minutos de ônibus. É uma função, e nossa escolha de ir e voltar para Tokyo após o fim de cada dia não foi a mais feliz. Por outro lado acampar por aqui é uma escolha controversa, já que as 5am o sol já está firme e forte no céu e o calor insuportável (sério, mesmo para os cariocas acostumados, tá MUITO punk).
Algumas peculiaridades do festival:
. São quase dez palcos, sendo cinco maiores. Eles ficam a uma distância boa, de modo que não se escuta absolutamente nada de um pro outro.
. É tudo muito brutalmente organizado, não tem lixo no chão, tem stands de reciclagem por toda parte, e as pessoas seguem rigorosamente os protocolos de limpeza.
. Existe toda uma logística de movimentação de pedestres no festival, espaços separados para o trânsito de pessoas onde não se pode ficar parado para assistir aos shows, e guardinhas de trânsito de gente. Bizarro!
. A comida é bem boa, muito diversa, e a água potável.
. Tem mais estrangeiros que em qualquer lugar que fomos no Japão, porém ainda esmagadora minoria.
. MUITAS famílias. É MUITO fofo.
. Tá MUITO QUENTE (já disse isso né?) e tem vários riachos ao longo do festival onde as pessoas param pra sombra e água (friaaa).
. 60% do público traz consigo cadeirinhas portáteis de acampamento e ficam plantados ao redor dos palcos. O festival parece um grande acampamento aberto.
A noite o festival se transforma! Várias instalações ganham iluminação própria. É uma experiência a parte!
Agora, foi! Vamos pro segundo dia! :D
26/07 - Mais um dia no Fuji Rock Festival
Ainda faz caloooor! Só começa a aliviar lá pelas 7, mas hoje tanto faz, porque vamos embora mais cedo pra conseguir recuperar um pouco da energia e chegar bem para a maratona de bandas que queremos no dia seguinte.
O festival continua limpo e os ânimos altos. Hoje será o dia mais cheio, boa parte do pessoal trabalhou na sexta e acorda cedo na segunda, então não vai estender muito e arriscar ficar preso aqui no domingo. Aqui no Japão é assim, perdeu o horário (geralmente próximo a meia noite) acabam todas (!!!) as opções, só cedo no dia seguinte.
Pegamos pela primeira vez uma banda mais hardcore e vimos o povo daqui empolgar em roda. A verdade é que a porradaria nunca come de verdade, são todos muito gente fina pra isso, sempre com o sorriso no rosto. Galera muito entregue aos artistas, nego puxa qualquer coreografia, todo mundo acompanha.
A convite do pessoal do Lumineers, que se apresenta no Brasil em breve, viemos dar uma olhada no show deles. Maneiríssimo mesmo. Se em festival já foi animal, em um show próprio a coisa fica ainda mais completa! Vale muito ficar atento.
Fechamos o dia com o Disclosure, o mesmo show que já vimos uma penca de vezes e nunca realmente cansa. Dessa vez somou o cansaço do corpo e resolvemos partir um pouco antes de acabar. Amanhã tem mais!
27/07 - Último dia de Fuji Rock
Choveu! Ameaçou todos os dias, mas foi só no último que finalmente choveu. E foi uma merda, choveu a porra do dia inteiro, fez um frio enorme. Quer dizer, foi uma merda pra gente que estava despreparado, pro pessoal aqui foi suave demais, aparentemente todo mundo tem um kit de sobrevivência de acampamento. O festival virou um mar de capas de corpo (tipo uns ponchos) com as estampas mais maneiras que já vi. Inveja demais.
Mas isso não tirou em nada o brilho do festival, tivemos o nosso melhor dia de longe, principalmente por causa das bandas!
Todo festival tem um circuito mainstream e um alternativo, bandas headliners que lotam, e bandas menores, para os mais bitolados em caçar música. No nosso caso quase sempre o que interessa é o alternativo, e no Fuji Rock não foi diferente. O que foi diferente é que a grande maioria das bandas desse circuito aqui eram japas.
Entre as ocidentais tivemos grandes shows que queríamos ter pego, como SBTRKT, Chet Faker, St Vincent e Bloody Beetroots, mas a maioria desses rolava na madrugada, e a gente não podia ficar por lá, já que não havia trem de madrugada para Tokyo. Deixamos para os próximos festivais que vêm poraí. De maneiro mesmo vimos o Disclosure (com um show igual ao de sempre), Skatalites (que foi emoção pura!), The Lumineers (folk muito muito bem executado), Fanfare Ciocarlia (direto da romênia, com uma pegada cigana animada demais), e The Pogues (que foi sensacional, porque o vocalista tava ABSURDO de bêbado e divertiu muito com a sua falta de noção).
Entre as bandas japonesas destaque para Ogre you Asshole (numa pegada meio drone, meio rock), Your Song is Good (instrumental, numa pegada ska jazz animado), Downy (meio radiohead, mais agitadinho), Bonobos (meio pop com um instrumental mega trabalhado), HZETTTRIO (a banda solo instrumental animadassa de um pianista mega virtuoso daqui), Miyavi (guitarrista ninja galã), The Band Apart (meio indie rock), e o melhor show do festival - que não vai ter foto porque tava chovendo demais -, da Tokyo Ska Paradise Orchestra (ska jazz de primeiríssima).
Enfim, foi!
Primeiro festival da turnê, vencemos! Agora vem Rock in Japan e Rising Sun por aí. Mas, entre eles, vários shows na cidade pra ver.
Ganbatte!
28/07
A volta do Fuji Rock foi terrível. Preferimos assistir ao Tokyo Ska do que pegar o último trem, o que nos fez ter que esperar até de manhã dormindo no chão de uma loja de conveniência. Puta frio... Resultado: Morgamos até tarde de segunda.
Teríamos dormido ainda mais, mas marcamos de encontrar com um amigo japonês, o Mikio Hirama. Ele é um guitarrista daqui que já tocou com várias bandas (como Tokyo Jihen, Elephant Kashimashi e o Monoral) e ficou de nos levar pra dar uma volta. Nos encontramos em Shibuya, na estátua do Hachiko, ponto de encontro hiper piegas mas fofo <3
Acabamos indo almoçar em um shopping de outro bairro próximo, o Omotesando Hills. É mais uma das grandes galerias de marcas de luxo internacionais no Japão. São muitas, e todas muito grandes nessa região. Prova do poder econômico bastante forte da população.
Comemos em um restaurante com comida típica de Kyoto, que serve uma variedade enorme de vegetais frescos. Delicioso. E também bebemos nosso primeiro sakê japones! Ah! Quase nenhum restaurante que fomos tem menu em inglês, é muito difícil lidar com isso fora dos restaurantes simples de rua, pela variedade enorme de opções.
Na saída passamos rápido pelas ruas de Harajuku, e, como estamos em férias escolares, aquilo tava o inferno de cheio. Voltaremos depois com calma.
Resolvemos ir até o Meiji Jingu, um santuário ali bem pertinho. É bastante interessante ver um parque enorme bem conservado no meio de uma cidade que sofre tanto com o problema de falta de espaço, e é impressionante o silêncio que faz lá dentro. Mas pra ser honesto não é um passeio tão divertido, já que a construção é bem comum. Provavelmente vamos curtir muito mais os de Kyoto.
Próxima missão era achar um bar, e putz, que difícil. É curioso como no Japão a maioria dos estabelecimentos são pensados para te isolarem do mundo exterior, o que torna muito difícil julgar o que é legal ou não enquanto passamos. Alguns parecem armadilhas de turistas enquanto outros eram underground demais para estrangeiros como nós.
Em centros como Shibuya e Shinjuku tem uma porrada de funcionários dos restaurantes e bares na rua com cardápios, tentando te convencer a entrar nos seus respectivos estabelecimentos. É bem incômodo, em qualquer país.
Decidimos voltar andando até Shibuya, para irmos em um Izakaya que o Mikio conhecia. É tipo um boteco local, com cardápio com péssimo design e atendimento meio esculachado. Finalmente nos sentimos locais. Cervejadas a parte, a comida era irada: Tofu e Cogumelos fritos, Enguia, frango, peixe, tudo acima da média.
Trocando idéia começamos a falar do mercado da música local, e deu pra sentir a frustração dele ao falar de artistas que estão crescendo no exterior, como a Kyari Pamyu Pamyu e o Baby Metal. Elas são paródias que acabam fazendo os músicos daqui parecerem bobos, o que dificulta um pouco a expansão. O papo foi um pouco além e deu pra entender que a crise da mídia digital tá batendo forte aqui, já que o Japão é a segunda indústria mais forte do mundo em vendas, e possivelmente a mais lenta em aceitar e se adaptar às mudanças.
Meio bêbados tentamos a sorte e fomos para um bar de um conhecido do Mikio, em Musashi Koyama, que é tipo uma grande Uruguaiana / 25 de Março daqui, um camelódromo fechado bem arrumado. Andamos por lá, e por uma dezena dessas ruazinhas micro (iradas!) do Japão, nos perdemos (meio bêbados), e quando chegamos o bar ainda não estava aberto.
Cansaço e bastante cerveja levam a sono. Assumimos a derrota e partimos. Amanhã será um dia cheio.
Ah! Na volta pra casa, essa cena. Tecnicamente ainda não vi ninguém se pegando nas ruas do Japão!
29/07 - Show Qaijff, Itsue, Chirinuruwowaka
Após uma bela noite de sono (estávamos precisando), chegou o dia de ir em um pequeno show de bandas locais. Conseguimos o contato de uma das bandas através do nosso amigo Mikio e de outra pelo Twitter, então tivemos liberdade para fotografar os shows. Aqui no Japão existe essa preocupação muito rigorosa com o direito de imagem dos artistas, então a autorização é necessária, e nem sempre é fácil de conseguir.
A casa de show (o Loop) fica em um bairro de classe alta de Tokyo chamado Daikanyama. É bem clara a diferença entre as casas desse bairro em relação ao bairro onde alugamos nosso apartamento. É mais surpreendente ainda ver uma casa de shows tão pequena e intimista como essa em um bairro desses.
O lineup de hoje era todo de bandas com mulheres no vocal. A primeira coisa notável foi a diversidade do pequeno público da casa, que comporta no máximo umas 200 pessoas. Definitivamente não parecia um show de rock, como no ocidente, parecia mais uma apresentação de rua, cheia de passantes randômicos curiosos, sem unidade de estilo. Alguns homens de terno e gravata, uns moleques com pinta de otaku, uns grupos de amigas, uns velhos babões. A impressão que ficou é que música no Japão é consumida por qualquer tipo de pessoa, independente delas fazerem parte daquele universo ou não. Meio estranho, mas maneiro.
A primeira banda, chamada Qaijff, era a única que não conhecíamos, e ficamos surpresos com a beleza da vocalista. Eles são de Nagoya e estavam em Tokyo para fazer um show antes da apresentação que farão no Rock in Japan nesse domingo. É um trio piano-baixo-bateria e musicas bem alegres e gostosas de ouvir.
A próxima banda foi o Itsue, que já conhecíamos previamente. As musicas deles são bem variadas, algumas mais agitadas, e outras mais calmas com atmosferas mais densas. A banda tem uma energia bem legal no palco.
Por último vimos o show do Chirinuruwowaka, banda da antiga vocalista do Go!Go!7188. O som dessas duas bandas é bem parecido. Musicas bem agitadas e a banda tocando sempre com muita empolgação.
Após o show agradecemos as bandas pela oportunidade, e fomos encontrar nosso amigo Ali em um restaurante próximo. Comemos, bebemos e conversamos, para enfim perceber que teríamos (mais uma vez) que esperar até de manhã para os trens começarem a passar de novo. Saímos de Daikanyama e fomos até Shibuya, à procura de um novo lugar para beber. Fomos em alguns bares diferentes, alguns mais caros e outros mais baratos, e constatamos que não é muito barato beber em Tóquio.
Existe uma bebida aqui chamada highball, que nada mais é do que um pouco de whisky com bastante e gelo e água. Não é bom mas também não é ruim. É uma alternativa razoável para a cerveja. E depois de muita cerveja, tequila e highballs, o bar fechou. O Mikio foi embora descansar e o Ali ficou conosco até o trem abrir.
<- Esse é o Alex. Um cara que conhecemos no bar. Ele tá estudando engenharia biomolecular na Todai (University of Tokyo) - o que é uma puta graduação pica. A gente ficou conversando sobre política internacional bêbados, o que é um programão. Foi a primeira vez que isso aconteceu em Tokyo (e tinha que ser entre estrangeiros), as pessoas aqui não conversam com quem não conhecem, não rola aquela zoeira espontânea, é chatão!
Com o dia finalmente nascendo fomos para um restaurante bem pé de chinelo perto da estação de trem e comemos alguma coisa. Depois disso o Ali nos ajudou a comprar sabão em pó para lavarmos roupa, que era um de nossos maiores desafios (-sério)!
Terminamos o dia conversando sobre a experiência do terremoto de dois anos atrás. Parece que foi algo mais terrível para eles do que imaginávamos. Rola um aviso no celular de TODO mundo 30seg antes de todo terremoto, independente da compania ou whatever, e um toque de celular que existe só pra isso. Voltamos com isso na cabeça para casa e tentamos descansar para um novo dia.
30/07 - Dragon Ash, Cold Rain e 9mm Parabellum Bullet
Esse foi o dia da nossa pior ideia até agora, ir para Nagoya (3h de trem bala de Tokyo) só para um show e voltar no mesmo dia. Óbvio que deu errado. Pensamos em acordar cedo para passear pela cidade (mesmo com os conselhos de ‘lá não tem nada pra ver’ que nos deram), mas isso não foi possível já que (mais uma vez) não dormimos na noite passada. Pegamos o shinkansen no meio da tarde, chegando lá já perto do começo do primeiro show.
Lá ia rolar a apresentação de três bandas, Dragon Ash, Coldrain e 9mm Parabellum Bullet, em uma festa especial da Music-on TV, chamada GG14. A casa, o Zepp Nagoya, pertence a uma rede de casas de shows espalhadas por todo o Japão, e a estrutura de som e luz é maravilhosa (quer dizer, todos os lugares que fomos até agora eram impecáveis nesse aspecto). Cabiam umas três mil pessoas na casa, e, apesar de não estar sold out, estava quase toda cheia.
O público estava bastante animado, headbangueando sem parar, muito diferente do show de ontem que tinha uma atmosfera mais intimista. Eles também eram pessoas bem diferentes, a maioria uma galera muito jovem, que tinha muito mais cara de fazer parte do ‘rock’. Porém também haviam meninas com cara de boneca, umas mulheres com cara de mãe de família, uns caras mais velhos, aquela mistura bacana que falei no último post.
É bizarro como o povo aqui abre roda e faz crowd surfing de maneira quase institucional, é meio estranho, parece meio forçado. Sei lá se nego é muito magro e leve e ninguém nem sente, mas não tem aquela atmosfera punk que geralmente envolve esse tipo de coisa. Na real, bem longe disso, tinha uma molecada com cara de nerd demais no público, se comportando de forma hiper boba. Parece mais uma tradução mal feita de um comportamento ocidental adaptada pra cá.
O show do Dragon Ash foi muito maneiro, eles tem uma pegada bem rock, sem berros, e melodias boas. A voz do vocalista é bem característica, e foi certamente a banda mais prestigiada da noite. É interessante o fato de terem dois dançarinos no palco, numa vibe meio urbana/ contemporânea, o que dá uma vibe legal, mas as vezes passa do ponto.
O segundo show foi do Cold Rain, que é uma banda bem mais agressiva, mas sem graça na real. Repetem muito fórmulas do metalcore, e não chegam a impressionar não.
Já o 9mm Parabellum Bullet é foda demais, melhor show de rock que vi no Japão até agora. Eles tem essa pegada meio post rock porradão no show, tem melodias bastante boas e uma presença foda demais de palco. Me mordi pra caralho de não ter feito contato antes pra ter fotografado eles.
Acabou o show e resolvemos comer até dar a hora do trem. Fomos (por acaso) a um restaurante bem maneiro, era uma entrada pequena, mas gigante por dentro. Tinha umas 20 salinhas pequenas, de até 4 pessoas, e pela primeira vez tinha foto de tudo no cardápio, então rolou pedir tudo o que realmente queríamos, sem ter que apelar pra tradutor do celular. A comida estava tão boa (sério, tava muito foda, fotos de todos os pratos aí embaixo pra causar inveja!) que não percebemos que a hora do trem sair estava chegando, e corremos como loucos até a estação. Chegamos na plataforma um minuto depois da hora marcada, e o trem já tinha saído.
O jeito era procurar algo para fazer até amanhecer, e a única opção que encontramos era um karaokê, então entramos lá para dormir (que sai muito mais barato que um hotel). Claro que a empolgação superou o cansaço por um tempo, aí aproveitamos que já estávamos lá e cantamos por uma hora. Foi mais uma noite dormindo mal, chegando de manhã em casa, mas finalmente um dia de descanso se aproximava.
(*não tem foto do karaokê porque eu tava muito puto)