Conheça: Bian
Aos 21 anos, carioca chama atenção pela voz suave e composições intimistas
Publicado em 03/2016
Quando ainda atendida pelo nome artístico de Bianca, a jovem cantora teve duas se suas músicas incluídas em trilhas-sonoras de novelas da TV Globo. A canção “Chained” tocou em “Malhação” e a fofinha “What if”, em “Verdades secretas”. Ambas com uma pegada folk pop. A exposição em rede nacional rendeu centenas de milhares de plays no YouTube e ajudou a capturar a atenção do público para a artista. Hoje, com um visual mais andrógino, dark e atendendo pelo alcunha Bian, a carioca de 21 anos aposta na mistura do folk com elementos da música eletrônica para criar um som particular e minimalista. Recentemente, fez uma versão de “Sorry”, de Justin Bieber, que também bombou na web. Foi uma maneira de aquecer os internautas e deixá-los curiosos para o lançamento de seu novo single, “Hands”, que saiu nesta terça-feira (29) pelo selo Gomus Music, com direito a lyric video. O I Hate Flash bateu um papo com a cantora para saber mais sobre seu trabalho, disco de estreia e os próximos passos de sua carreira.
IHF: Você ainda vai lançar seu primeiro disco, mas já emplacou duas músicas em trilhas sonoras de novelas da TV Globo. Como a emissora te descobriu?
Bian: Eu gravei essas músicas pelo Gomus Music, que é um selo independente que fica aqui no Rio, na Gávea. De alguma forma, a equipe da novela descobriu as músicas e fez o convite para participar da trilha sonora. E, realmente, foi ótimo para mim como projeção.
Você se tornou famosa na web fazendo versões de músicas de cantores como Justin Bieber e Miley Cyrus. De onde veio a ideia de rearranjar essas canções?
Depois que comecei a estudar produção musical, desconstruí uma série de preconceitos musicais. Percebi que a música é muito mais do que as barreiras entre o que é cult e o que não é. Apesar de as minhas principais referências artísticas serem de um nicho diferente das estrelas pops, eu ouço funk, pop, hip-hop, rap, etc. Tudo o que pode agregar como música e que mexa comigo de alguma forma. Hoje, eu sou muito mais aberta a ouvir de tudo e descobri o quanto é incrível poder interpretar e arranjar uma música que, aparentemente, não tem nada a ver comigo, e dar a ela minha própria leitura.
Senti em seu trabalho uma pegada de folktrônica, que me remete a Beth Orton, por exemplo. Quais são as suas referências musicais?
Neste momento, estou iniciando uma outra fase do meu trabalho, na qual estou deixando o lado folk um pouco de lado, pelo menos por agora. Não por uma questão de ser melhor ou pior do que a estética musical que estou explorando, mas por motivos de referências musicais diferentes das que eu ouvia antes e também de amadurecimento como artista. Minhas referências musicais são Lykke Li, the xx e Alt-J, em termos de produção musical e estética, mas continuo ouvindo Regina Spektor como minha maior inspiração como cantora.
Suas letras são todas em inglês, e, recentemente, um trecho de uma música sua, “Get up”, esteve em uma ação do curso de línguas Yázigi chamada “Cidadãos do mundo”, que prega que o inglês é uma ferramenta primordial da globalização. Você já está mirando uma carreira internacional?
Sim. Apesar de ter uma ligação afetiva muito grande com o Brasil, profissionalmente, me vejo como uma artista do mundo, meio cosmopolita, sabe? Mas é óbvio que o público brasileiro me interessa, me inspira e me apoia, assim como o público de fora do país.
Podemos esperar então alguma composição em português no seu primeiro disco?
Claro! A ideia é exatamente essa: compor e gravar faixas em português para o álbum também.
Soube que você é multi-instrumentista e vai gravar boa parte dos instrumentos no seu disco de estreia. Como começou a sua relação com a música?
Eu não tenho nenhuma memória de mim mesma antes de estar tocando ou cantando alguma coisa. Eu comecei a brincar no piano aos 3 ou 4 anos de idade, canto desde os 4. Aos dez, comecei a estudar violão e guitarra, aos 12, bateria, e assim por diante. Eu penso que tocar um instrumento é mais uma maneira de expressar o que quero dizer como artista, da mesma forma quando eu canto ou quando estou compondo.
Quando a canção “What if” foi lançada na trilha sonora de “Verdades secretas”, ela ainda recebeu a assinatura de “Bianca”. Agora você se apresenta como Bian e seu visual está com uma vibe meio the xx. Essas mudanças estéticas tiveram um impacto no seu trabalho?
As composições têm um coração muito parecido, apesar de eu estar em outro momento da minha vida, mas a estética é completamente diferente. Queremos produzir as faixas do álbum colocando poucos instrumentos em cada música. É quase que se aventurar por um minimalismo-eletrônico-musical.
Para fechar, quais são os planos para o resto do ano?
Acho que 2016 ficará marcado como um ano de muito amadurecimento na minha carreira e uma caminhada em direção aonde quero chegar como artista. Fico muito feliz que meu primeiro álbum sairá no fim do ano. Até lá, a ideia é todo mês circular um material novo. Ao mesmo tempo, estamos terminando de montar o novo show, para já começar a agenda em julho.