Como são feitos aqueles GIFs maneiros com fotos em 3D

Era início dos anos 2000 quando criamos nossas contas na rede social azul bebê, o finado Orkut, e começamos a colar scraps cheios de gifs brilhantes para os nossos amigos - iguais àqueles que seus parentes mandam no grupo da família hoje em dia.

De lá pra cá, a popularização dos gifs mudou a forma como a gente se comunica, compartilha e produz conteúdo. E pensar que esse formato foi criado em 1987 para gerar imagens a cores “leves”, que fossem de fácil processamento, num mundo digital até então exclusivamente em preto e branco, e hoje o gif ajuda até a quebrar o gelo na hora de flertar no Tinder.

Há alguns anos, mais precisamente em 2009, uma câmera que transformava fotos em gifs 3D conquistou a fotógrafa, DJ e diretora de fotografia Camila Cornelsen. A câmera em questão era a Nishika N9000, que foi criada em 1991 (!!!), em Hong Kong. E é ela a responsável por aqueles gifs maneiros que a gente tá vendo (e amando) por aí. Ela fotografa quatro frames do mesmo momento e, depois de revelar o filme, é preciso digitalizá-lo e fazer a animação no computador. Trabalho analógico e manual pra encantar a gente no mundo digital. Irado.

“Inicialmente, fazia só fotos pra mim, dos amigos e da vida. Quando comecei o X-Real (projeto muito maneiro de fotografia de mulheres reais e normais nuas, do qual falaremos melhor nos próximos capítulos), achei que seria legal incorporar os gifs aos ensaios. Depois, alguns clientes começaram a pedir pra levar a câmera para os trabalhos e hoje em dia até tenho feito alguns projetos com o gif como produto. Tá na moda, né?!”, conta Camila, que de vez em quando também adiciona ilustrações às imagens.

Tem uma galera trabalhando com esse formato e identidade por aí, como o americano JJ Ren, que registra street fashion e red carpets em Nova York, e o Guido Argel, que fotografa aqui no Rio mesmo e vira e mexe encontra a gente nos rolês.

Além das animações com as personagens do X-Real, Camila já fez ensaios de moda, festivais e até de passistas de escolas de samba de São Paulo com o formato. “Eu fiz bastante gif com pessoas e acho que sempre rende porque é muito orgânico. Como a lente é próxima de 28mm, o ideal para paisagens é escolher temas, porque senão você perde um pouco a perspectiva. Tenho testado fazer mais imagens de paisagens e cenários sem pessoas”, explica a fotógrafa, que tá levando a câmera para todos os cantos que pode para não perder momentos preciosos.

E quem tá no topo da lista de Gifs Que Ela Sonha Fazer Antes de Morrer? “É difícil listar porque são infinitas possibilidades e opções, mas, se fosse pra escolher uma pessoa, acho que seria alguém que jamais faria ou veríamos em um gif ou boomerang... Tipo, sei lá, a rainha da Inglaterra (?!) hahaha”. Alguém aí tem um contatinho no Palácio de Buckinham pra fazer isso acontecer? É que a gente também adora a Rainha Beth e agora tá dividindo esse sonho com a Camila.