Coachella who?
Why so maneiro?
Publicado em 04/2013
Vocês sabem que a gente aqui no I Hate Flash é alucinado por festivais de música né? A gente sabe que vocês também. Os festivais são os melhores catalisadores da cultura jovem-urbana-global da nossa década: música, atitude e moda em um só lugar. E se existe uma estrela principal nessa constelação de festivais por todo o mundo, é o Coachella, no deserto da Califórnia, próximo a Palm Springs. O Coachella é mesmo a última Coca-Cola do deserto.
Imagine um tapete infinito de grama plantado no meio do deserto, ilustrado por uma emblemática roda gigante, palcos com som altíssimo e um monte de gente linda e a fim de uma grande farra que dura três dias, estampada por um céu azul imaculado. Ao meu lado mais de 20 amigos, colegas e parceiros de trabalho, um entourage brasileiro mais que completo. A graça do Coachella está nos detalhes, na energia do lugar e do seu público e, para quem curte moda, nos looks desert chic e woodstock em 2013.
Highlights Caio Braz
The XX
Eu achava que o show poderia se perder no meio da imensidão do deserto pelos álbuns serem tão intimistas, sex music né? Mas Jamie XX é um gênio e rearranja tudo para soar grande e épico. E de quebra teve participação da Solange, a irmã da Beyoncé, um dos nomes mais falados do ano.
Lançamento Daft Punk + Pharell
Havia uma expectativa muito grande sobre a presença do Daft Punk no Coachella, e muita especulação em torno de uma possível aparição no show do Phoenix, já que eles são amigos de longa data. Acabou que o lançamento oficial do novo single foi lá, e todo mundo foi ao delírio.
Fiquei muito triste porque precisei abrir mão do terceiro dia, o Domingo, que na minha opinião tinha o melhor line-up, com Red Hot Chili Peppers, Jessie Ware e Disclosure. Mas com o ao vivo do Fashion Rio para o GNT marcado para 18h da segunda-feira, não dava para arriscar nenhuma conexão mais apertada.
Highlights Hick Duarte
Jessie Ware
A última revelação do R&B e um dos nomes mais promissores do line-up do Coachella entregou um show impecável no começo da tarde de domingo. Jessie Ware transborda carisma e sinceridade no palco, canta sem nenhuma dificuldade e transmite uma certa leveza e sofisticação sonora que a música pop não via há tempos. De bônus ainda pudemos conferir a moça cantando "Running" e botando a pista abaixo no live do Disclosure, último show do festival.
James Blake
A gente também concorda que um show do James Blake cairia melhor à noite do que sob uns 35 graus à tarde, mas é impossível não se impressionar com o jogo de graves e toda a ambientação sonora tão peculiar do garoto. Outro privilégio foi poder conferir ao vivo algumas das músicas do "Overgrown", discão que o James Blake lançou 15 dias antes do Coachella.
Major Lazer
As estações de bebida vendem apenas água, Red Bull e água de coco. Não poder tomar uma cerveja próximo aos palcos, e apenas em uma praça de alimentação fechada pode ser frustrante. Beber dá trabalho e custa caro, US$ 9 o copo de cerveja, então melhor ver o lado bom: nada de ressaca e disposição de sobra para a maratona musical.
5 dicas
- Hot'n'Cold: durante o dia, o calor é de rachar. A noite, a temperatura cai pela metade. Não se engane com o calor da manhã e traga um casaco. Use amarrado na cintura ou alugue um locker.
- Chegue cedo, não espere o sol baixar para chegar. O Coachella perde metade da mágica quando anoitece, porque fica super escuro.
- Leve um lightstick ou algum tipo de sinalizador para a sua turma, é muito fácil se perder à noite. Vende em qualquer loja tipo Wal-Mart ou Home Depot. Marque um ponto de encontro.
- Fumar maconha na Califórnia é legalizado. Você pode ser examinado por um médico, os chamados Green Doctors e solicitar a sua carteirinha. Seja consciente e aproveite.
- O ingresso VIP não vale a pena. Custa o dobro do preço e o cercadinho fica quase à mesma distância do palco.
Números do Coachella:
180.000 visitantes
180 bandas
14 anos de história
6 dias de festival
2 fins de semana, com line-up idêntico
379 dólares o passe, por fim de semana