Cícero entrevista Letrux - ou quase isso
No aquecimento pra sexta edição do Festival FARO, um papo com os cariocas do line-up
Publicado em 02/2018
Há algumas semanas, chegou o convite irresistível na nossa caixa de entrada: “Galera, vocês querem ser parceiros de mídia da sexta edição do festival Faro, que também comemora os dez anos do programa Faro no rádio?" A única resposta possível era “claro”. E assim foi feito.
No dia 9 de março, o palco do Circo Voador receberá um time incrível de artistas, amigos e convidados, divididos em três dobradinhas: Cícero + Tim Bernardes, Carne Doce + Letrux e Liniker e os Caramelows + Larissa Luz. Os primeiros elegeram seus parceiros perfeitos para pincelar o que está rolando de mais maneiro na nova cena musical brasileira, e assim foi montado o line-up dos sonhos.
Mas antes de pisar no Circo, fomos até os estúdios da rádio SulAmérica Seguros Paradiso FM, berço do Faro, para bater um papo com Cícero e Letícia Novaes, os nomes cariocas do line-up. A ideia inicial era fazer com que um entrevistasse o outro, mas acabou virando uma grande conversa de bar (só que regada a água e café) entre eles dois, Fabiane Pereira, idealizadora e produtora do programa e do festival, e essa que vos escreve - euzinha, Bia Medeiros.
O copo é meu, é seu, é nosso
Letícia: Cícero, a gente tava lá dentro falando sobre fortes emoções pra 2018. Você é uma pessoa copo meio vazio ou copo meio cheio? É porque eu oscilo - aquela que responde a própria pergunta. Tem dias que eu acordo e fico assim: “Caraca, a vida é horrível! Copo vazio”. Tem dias que eu acordo pensando: “Vai dar tudo certo, vou ter cinco filhos”. E tem dias que eu falo: “Pra que botar uma criança no mundo?”. Você não acha? Eu tô muito radical nas sensações. O que você tá sentindo do mundo agora?
Cícero: Caramba! Tá meio confuso, né? Eu não sei, acho que pode ser as duas coisas. Eu acho que vai ser um caminho do meio…
Letícia: Mas que é difícil, né?
Cícero: Mas eu acho que vai ser assim: a intervenção militar vai acabar sendo a mesma coisa que sempre foi, a eleição vai ser mais ou menos a mesma coisa que sempre foi, sabe? Acho que a mudança é mais lenta.
Letícia: Mas você acha que vão legalizar as drogas em cinco anos?
Cícero: Não, droga não. Maconha talvez…
Bia: Cês acham?
Fabi: Gente, rapidinho: onde é que tá a bancada evangélica, a da bala, nesses cinco anos? Cês piraram? Hahahaha
Cícero: É, depende de quem ganhar [a eleição], não dá pra fazer essa vidência, não.
Fabi: Acho que o prognóstico que a gente tem, por mais otimista que eu seja, o copo é sempre mais vazio.
Noites de climão
Bia: Qual foi a maior noite de climão da vida de vocês?
Letícia: Nossa, que difícil! Foram tantas situações bizarras que eu já passei na minha vida… Ai, eu acho que eu já vivi um climão braaaabo. [Letícia faz cara de dúvida] Ai, não sei!
Cícero: É muito climão!
Letícia: É muito climão! O Cícero me entrega. Assim, sou Capricórnio, então sou um pouquinho controlada no sentido de... tudo. Nunca vomitei por álcool - tá, uma vez, num réveillon. Sou uma pessoa mais reservada, apesar de ser muito grande, sou reservada. Mas acho que um dia… Lembrei! Em São Paulo. Eu nunca bebo antes do show, nem me utilizo de nada, porque gosto de estar sóbria nesse momento. É a minha droga, o palco. Só que aí o Letuce tinha feito muitos shows em Portugal, então esse show estava muito na manga, estávamos muito ensaiados, e os meninos falaram assim: “Vamos tomar um acidinho?”. E eu falei: “Gente, vocês estão loucos! Eu nem bebo cerveja antes de fazer o show, como é que vou tomar um ácido?”. Mas eles me convenceram. Hahaaha Eu faço pouquíssimas utilizações! E tô falando sobre isso porque sou a favor da legalização das drogas e, por mais que alguém leia a entrevista e pense: “Meu Deus! Drogados!”, e você com seu Advil e seu Rivotril e seu whisky e seu Malboro? Enfia tudo onde você quiser. Mas, então, nesse dia eu me utilizei de uma lasquinha de um lisérgico e foi uma noite de climão do início ao fim, gente. As pessoas que foram nesse show dizem que vão fazer uma camisa: “Letuce, eu fui. Serralheria, 2013”. Foi bem tenso. Mas acho que nunca vou repetir. Eu gosto de experiências únicas também, então aquilo foi lindo.
Bia: Mas foi um climão bom?
Letícia: Tudo. Teve momentos que as pessoas não entendiam o que eu estava falando e teve momentos que eu pensei: “olha, tá legal”. O climão pode ser bom, mas pode ser muito ruim. Nessa noite, acho que tudo aconteceu.
Bia: E você, Cícero Rosa Lins?
Cícero: Caramba! Nessa linha de raciocínio tua [aponta pra Letícia]?
Bia: Pode ser ou não, cada um com seu climão.
Cícero: Ah, não sei… Climão bom ou ruim? Tem os dois.
Letícia: Você quer se expor ou não? Aquelas, hahaha! Tudo depende, né?
Bia: Você quer acabar com a sua fama de bonzinho?
Cícero: Eu tenho fama de bonzinho ainda? Então eu vou manter.
Fabi: Nossa, ele tem muita fama de bonzinho! Aqui na rádio todo mundo ama! E quando falam dele já viram a cabeça, suspiram e fazem: “ooown”
Letícia: Qual o seu signo?
Cícero: Áries. Com ascendente em Touro e Lua em Peixes.
Letícia: Ah, é por causa da Lua! A Lua em Peixes traz um glub glub.
Cícero: Noite de climão… Então, pode ter sido uma coisa assim. Já fui uma vez pra Praia do Sono, tomei um ácido e foi noite de climão.
Letícia: Hahahahahaha! Eu imagino.
Cícero: Entrei no meio do mato, da trilha, de madrugada e me perdi. Achei que ia morar lá pra sempre, pensei: “Caramba, vou ter que morar aqui pra sempre! Vou ficar selvagem!”. Entrei numas de que eu teria que caçar pra comer.
Letícia: Sozinho?
Cícero: Eu fui com uma galera pra Praia do Sono, mas, em dado momento, fui à cozinha, entrei num lugar errado e, quando vi, estava numa trilha. Aí estava biruta… Na minha cabeça, foram horas de jungle, só que na verdade foram tipo quinze minutos. Quando saí, encontrei com a galera e fiquei muito feliz. Foi um climão.
Letícia: Eu imagino. Eu sou muito Capricórnio. Tô loucona e fico pensando: “tô doidona, eu vou morrer. Se eu atravessar a rua, eu vou morrer, se eu fizer isso, eu vou morrer”. Por isso que às vezes eu nem tomo. Porque se for pra ficar racionalizando…
Bia: Tem que estar numa zona de muito conforto pra ficar bem.
Letícia: É! A última vez que eu tomei também foi assim, num sítio com dois amigos. Tem que ser com poucas pessoas. Dou parabéns pra quem consegue utilizar drogas no carnaval do Rio de Janeiro, porque tem que ficar preocupado assim: “Assalto! Protetor solar! Xixi! Assalto! Calor! Onde é?”. Hahahaha! É muita coisa pra pensar! Não dá!
Trocando de biquíni sem parar
Bia: Cícero, o que você sempre quis perguntar pra Letícia e nunca teve oportunidade?
Letícia: Nooossa! Que climão! Hahaha! Pode perguntar qualquer absurdo.
Cícero:Não sei, eu conheço a Letícia há bastante tempo, né? Ela já foi lá em casa e ficamos trocando ideia, fui a vários shows da Letuce, já tocamos no Circo.
Letícia: Foi super linda essa noite no Circo. Foi uma noite com show de Letuce e Cícero, e ele nos chamou no final, eu e Lucas [Vasconcellos] participamos e foi lindo! E tinha uma coisa na sua música que eu cantava errado! Sabe músicas que você canta errado? Aquela: “É sexta-feira, amor…” [trecho da faixa “Ponto cego”]. Aí você fala no final: “Eita, tempo bom”... O que você fala?
Cícero: Gira mundo cão!
Letícia: Gira mundo cão! Aí eu ficava: “Eita, tempo bom, eita tempo bom!” Porque é sexta-feira, é tempo bom! Aí alguém falou: “Letícia, é ‘gira mundo cão’!”. Ainda fui repreendida, fiquei cheia de vergonha.
Bia: Mas foi nesse show, no palco?
Letícia: Nãããoo! Eu soube antes, não paguei mico ao vivo cantando a música errada! Quando eu cantei, já sabia a letra. Mas já esqueci de novo, porque pra mim ficou “Êta mundo bom”. Mas você não quer me perguntar nada de climão? Pode perguntar coisas absurdas que não têm nada a ver com isso, tipo que animal eu seria.
Cícero: Que animal você seria é bom, mas também é meio qualquer coisa.
Letícia: É, é mesmo. Eu chutei.
Cícero: Não sei, a gente conversou muito quando se conheceu. Deixa eu ver… O que você não fez e ainda quer fazer?
Letícia: Olha, isso é legal. Eu acho que eu gostaria de mergulhar de cilindro muuuito fundo. Eu só fui até 10 metros [de profundidade]. Eu só fiz o batizado, ainda quero, sei lá, passar duas horas embaixo d’água. E muito fundo. Corais, recifes bizarros, quero esse lugarzinho. Isso é uma coisa que ainda não fiz e tenho muita curiosidade de fazer. É tão lindo, é tão chocante.
Cícero: Eu nunca fui.
Letícia: Quando eu fiz o batizado, lá em Porto de Galinhas, gente, é impressionante! Você não sabe de nada! Você entra e tem todo um outro universo em que você é o estranho. E aí passa uma cobra d’água, passa uma moréia… É muito, muito especial. E é um silêncio, é uma acústica tão silenciosa!
Cícero: Demais! Vendeu muito bem a experiência, vou fazer.
O romance e a metrópole
Bia: Cícero, vi uma entrevista sua n’OGlobo em que você contava que no disco “Cícero & Albatroz” só havia duas músicas de amor, o resto era sobre caos e a cidade. E você ficou dois anos morando em São Paulo e fez boa parte do disco lá. Você acha que São Paulo te deixou menos romântico?
Cícero: Acho que não, porque eu voltei a morar no Rio pra morar com uma mulher que eu conheci em Portugal. Vim por essa coisa de Áries, de ser impulsivo.
Letícia: Ela é portuguesa?
Cícero: Ela é portuguesa. Já voltou pra Portugal e aí… As duas músicas de amor [do disco] são essas: uma que eu fiz quando a gente se conheceu e uma que eu fiz quando ela foi embora. As outras oito eu fiz quando morava em São Paulo e estava bem pouco romântico. Mas também é porque os primeiros discos eram muito sentimentais, o “Canções de apartamento”, o “Sábado”, aí fui ficando menos [romântico]. Mas volta também. Você se apaixona e fica tudo colorido de novo. Aí ela vai embora e você chora, faz um monte de músicas de amor. É um ciclo, né?
Letícia: São fases
Cícero: É, são fases. Agora eu tô naquela fase de novo de estar um pouco mais interessado na música do que no meu querido diário. Tô um pouco mais pra fora do que pra dentro.
Letícia: Ela voltou pra Portugal Cícero? Não se adaptou?
Cícero: Voltou. Na verdade, ela pegou um momento muito ruim aqui, conseguiu uma bolsa na faculdade de Medicina, mas no fim do primeiro ano as universidades públicas entraram em greve, ela perdeu a bolsa e precisou voltar, porque corria o risco de ser jubilada da faculdade portuguesa.
Letícia: Mas vocês estão juntos?
Cícero: Não.
Letícia: Ai, difícil.
Cícero: A gente conversou. A gente está junto, a gente se gosta, mas ela segue a vida dela lá e eu, aqui. Não vamos ficar nessa tortura mental sem saber quando vamos nos encontrar. Mas como eu vou pra Portugal direto, a gente se encontra, troca uma ideia, toma um café…
Bia: Owwnn. Tipo novela, né?
Cícero: Tipo novela. Tipo aquele filme… Não tem um filme que é uma trilogia, em que no primeiro ele conhece a mulher, aí ela casa…
Letícia: Amo! “Antes do Amanhecer”.
Cícero: “Antes do Amanhecer”!
Letícia: Amo, é lindíssimo. Mas o último é pesado! Hahaha O último é baaaaad, mas é a vida também.
Cícero: Então ainda tô romântico, viu?
Bia: Achei que São Paulo tinha te endurecido um pouco.
Cícero: Mas endurece um pouco também, né?
Letícia: Endurece. Eu morei lá por oito meses, em 2016, e é difícil.
Cícero: É muito doido.
Letícia: É ótimo pra visitar. Eu amo visitar, mas conforme eu morei lá por oito meses, eu percebi que… Teve um dia que eu peguei um Uber e fui pro Guarujá, aí percebi que tinha alguma coisa errada comigo. Eu amo o mar. O mar faz muita diferença no meu mapa astral, na minha vida, e eu preciso. Aí eu voltei [pro Rio]. Eu amo visitar São Paulo, mas morar já acho um pouco intenso.
Festival Faro 2018
Bia: Vamos falar sobre o Festival Faro! Vocês são tipo anfitriões, estão recebendo as pessoas na cidade de vocês, e já tocaram no Faro, então também são veteranos.
Fabi: Na verdade, só dois artistas já participaram do Faro, o Cícero e o Marcelo Janeci, porque estavam lançando discos na mesma época das edições anteriores.[Letícia participou da edição de 2010 com sua antiga banda, a Letuce] Quando estávamos planejando esta sexta edição do festival, o show Letrux foi o primeiro que eu pensei. Estava lá em Portugal, fazendo meu mestrado, em agosto, e queria muito o show dela. Pentelhei a Letícia por um mês!
Letícia: Mas a culpa não foi minha! A gente queria muito, muito, muito [fazer o festival], mas o Circo Voador queria muito o nosso show como Letrux. Aí ficou nesse embate.
Fabi: Queria que a Letícia fosse a base do nosso line-up, porque ela tinha acabado de lançar o disco e porque ela tem tudo a ver com o festival, e eu criaria o line-up em cima desse show. Um mês de negociação com a Letícia, um mês de negociação com a rádio, um mês de negociação com a Natura, porque é muita gente envolvida. E aí a Letícia me disse que não ia rolar por causa do show no Circo. Segundo nome que eu pensei pra embasar o line-up foi o Cícero, porque sei que ele é um artista que gosta muito de rádio, então essa foi uma das nossas premissas. E quando fechamos o line-up inteiro, com todos os principais nomes, me liga Letícia - eu em Portugal: “Fabi, deixa eu te falar: rola de eu fazer o festival?” Eu queria matar!
Letícia: Eu chorei.
Fabi: Eu quase chorei!
Letícia: Foi muito triste! Mas, pelo menos, eu vou participar do show da Carne Doce, que é uma banda que eu amo. Acho a Salma [Salma Jô, vocalista da banda] maravilhosa, acho os músicos maravilhosos. Acho que vai ser muito legal. E é legal também porque eu e Cícero não somos da Zona Sul, acho legal e importante ter essa representatividade dos únicos dois cariocas não serem da Zona Sul.
Bia: Vocês veem diferença de personalidade, na criação e estilo de vida por serem de fora da Zona Sul, o eixo principal da cidade?
Cícero: Ah, tem diferença, mas eu não consigo muito pensar que o bairro ou a região da cidade determina a criatividade, especificamente. Tem umas questões humanas que você nota que tem afinidade, né? Eu tenho uma afinidade natural com quem é da Zona Norte e da Zona Oeste, mas também tenho afinidade com uma galera da Zona Sul. A criatividade acho que tem mais a ver com a tua família, seu pai, sua mãe, sua rua, com a sua educação do que o bairro. Mas talvez tenha uma ótica em comum da galera da periferia ter uma relação maior com o perrengue. O perrengue dá uma ajudada, talvez, na criatividade. Letícia: É verdade.
Bia: O perrengue une as pessoas.
Cícero: Exatamente! Talvez role uma cumplicidade maior entre quem é da periferia por causa disso também. O perrengue une, total. E aqui na Zona Sul rola mais uma noção de capital social, o valor. Uma coisa de “eu sou x e você é dois x”. E acho que a autoestima do suburbano é um pouco mais baixa, né? A gente se identifica no outro ao invés de se diferenciar do outro.
Letícia: É, é! Percebo mais essa questão da autoestima também. Quando eu comecei a frequentar lugares mais da Zona Sul, eu falava: “gente, queria tanto ter essa autoestima!”. Porque eu sofri bullying no colégio, então eu escrevia um poema e era uma coisa meio assim [faz sinal de vergonha, como se fosse escondido], pra mostrar minha primeira música. E as pessoas [da Zona Sul] mostrando umas coisas horrorosas! Eu pensando: “Caramba, mas que autoestima boa! Queria muito ter isso”. Claro que a gente está generalizando, claro que existem exceções, sempre existem - e que bom! Até pra gente poder pensar nas coisas que a gente fala, mas acho que é muito isso mesmo. A gente se identifica com… não sei, é outra noção de coletivo. Mas é complicado também criticar porque, querendo ou não, os lugares pra fazer show ainda são nesse eixo. Claro, existem as lonas culturais também [no subúrbio], que são super importantes - o Letrux vai até fazer show em cinco periferias de São Paulo, vai ser muito legal.
Fabi: No Faro que a Letícia participou, fiz uma pergunta semelhante a essa, que foi até de um ouvinte, e ela deu uma resposta que acho que caberia bem aqui. Ela disse que como nasceu na Zona Norte, quando era criança, adolescente, ela era alta e desengonçada. Se ela fosse ipanemense, ela seria modelo. Então isso já mostra um pouco a diferença.
Letícia: É! Se eu tivesse nascido em Ipanema com a altura que eu tenho, imagina! E acho que nascer na Tijuca me deixou mais engraçada, eu era uma moleca. Porque a gente não tinha muita noção de estética, entendeu? Era uma galera mais moletom da Disney e dólar a um real, calça jeans. Eu ouvia pagode pra ca-ce-te e funk. Eu ia a baile funk! Claro que já estava começando a ouvir Janis Joplin, começando a ser atingida por outras questões, mas o meio me abraçava e eu o abraçava de volta. Eu não era muito revoltadinha, do tipo: “Ai, pagode é ruim”. Não, eu achava irado. Eu era crítica, mas eu aceitava também. Até hoje eu sou assim. Eu critico a Tijuca, mas eu aaaaaamo a Tijuca.
Bia: E o que vocês estão pensando pro show do festival? O Tim vai cantar uma música sua?
Cícero: Vai. Na verdade, ainda não decidimos direito, vamos nos encontrar na véspera do show pra ensaiar num estúdio. Acho que cada um vai cantar duas músicas, acho que vão ser duas minhas e duas dele - uma do meu primeiro disco, que a galera mais conhece, e uma do novo. Ainda não decidimos mesmo quais vão ser, mas ele gosta muito de “Vagalumes cegos”. Eu queria tocar uma d’O Terno e uma dele, então, provavelmente, vai ser isso.
Bia: E você já encontrou o pessoal da Carne Doce, Letícia?
Letícia: Só no zap, hahaha. Porque eles moram em Goiânia, mas a gente vai se encontrar na véspera também.
Bia: E qual música da Carne Doce você queria muito cantar?
Letícia: Acho que é a que eu vou cantar mesmo. Eles têm uma música que chama “Falo”, uma música suuuuper feminista. A Salma fala umas frases que, assim, se ela não fosse uma música, ela seria um manifesto, uma poesia, o texto dela é muito forte. Só que tem um final ali que não sei se vou decorar, porque é gi-gan-te, mas ela é maravilhosa. E eu amo também uma outra deles, a “Cetapensâno”. Eu amo umas cacofonias de juntar uma palavra na outra, fica muito legal.
___
Pra saber mais do que isso, só vendo ao vivo.
O que? Festival FARO
Quando? 9 de Março, a partir das 20h
Onde? Circo Voador
Com quem? Cícero, Tim Bernardes, Carne Doce, Letrux, Liniker e os Caramelows e Larissa Luz
Quanto? 1º lote: R$ 100 a inteira, R$ 50 a meia entrada
2º lote: R$ 120 a inteira, R$ 60 a meia entrada
À venda na bilheteria do Circo Voador e pelo Ingresso Rápido