Em novo álbum, Biltre clama por menos carão e mais chinelo
"Nosso amor vai dançar" chega com oito faixas inéditas perfeitas pra jogar charme pros contatinhos
Publicado em 10/2017
Preparai vossos corpinhos e fones de ouvido porque o novo álbum da Biltre está chegando neste mês, no dia 20, em tom imperativo: “O nosso amor vai dançar”. E a julgar pelo primeiro single-hit, “Nosso amor foi um GIF”, vai ser um rebolation dos bons, embalado por mais sete faixas inéditas.
“Essa é a primeira que eu me sinto fazendo um disco do início ao fim, porque o anterior a gente saiu colando músicas que tava a fim. Mas nesse não, são oito músicas, é mais curto, gravamos tudo de uma vez, mixamos tudo de uma vez. Queríamos fazer um disco com uma pegada de pista, até porque nossas músicas estão tocando na pista e estamos sendo chamados pra tocar na pista direto. Essa coisa do amor vai dançar brinca com os dois sentidos da palavra e pode ser bom ou ruim - ele pode acabar ou dançar mesmo”, explica Vicente Coelho, que forma a banda ao lado dos amigos Diogo Furieri, Arthur Ferreira e Dioclau Serrano.
O primeiro single, “Nosso amor foi um GIF”, lançado no fim de julho, já ultrapassou a marca de 96 mil reproduções no Spotify, com o combo de letra e melodia engraçadinhas e gostosas que grudam na nossa cabeça e lamentam pelo amor que prometia ser um longa-metragem do Netflix, “pra nunca acabar”, e acabou virando um GIF, “ligeirin, pá-pum”.
O jogo de palavras esperto e leve, uma marca da banda, foi criado em parceria com Gregório Duvivier, graças a uma ponte feita por um amigo em comum. Após receber um vídeo do ator e escritor cantando a versão biltre de “Piranha”, originalmente cantada por Alípio Moraes, Vicente tomou coragem de mandar uma mensagem pra ele no Facebook. “E aí, cara? Sou da Biltre, bora fazer uma música junto? Me manda uma letra aí!” E Gregório mandou.
“Toda a ideia do amor ser um GIF é dele, nós completamos a letra e musicamos. Eu continuo falando com ele no Messenger ainda, não peguei nem o zap, mas eu acho que daqui pra frente vai rolar (o zap) porque a música tá bombando”, brinca. “Acho que, assim como a gente, o Gregório tá mega antenado com o que tá acontecendo, com a coisa do instantâneo. Do nosso amor que foi um gif, esse amor de Carnaval, da pegação, essa coisa do imediatismo mesmo”, pontua Arthur.
Essa sintonia também dá à banda a qualidade de intermediadora de flertes, charminhos e até, quem sabe, DRs por aí, já que cada música tem estrofes perfeitas pra mandar pro contatinho, com aquele tom de brincadeira inteligente com piscadela no final. A Biltre dialoga diretamente com o público jovem, com os assuntos que estão em pauta com a galera, mas de um jeito próprio, com a marca do quarteto. E o novo disco está cheio dessas novas pautas. “Sempre pensamos como fazer uma música que tenha a nossa cara. E a nossa cara é ser bem humorado”, explica Vicente.
A faixa “Wilson”, por exemplo, canta o amor e a saudade do… Wilson abrindo espaço para várias interpretações sobre essa relação. A ideia foi tirar o gênero explícito da música e falar sobre o amor platônico pelo cara - poderia ser uma mulher cantando, mas são os biltres, vozes masculinas, falando sobre ele. "Não tem nada explícito que essa é uma relação entre dois homens, só que nós somos homens falando dele. O legal dessa música é mostrar que toda história de amor é uma história de amor, como nas cartas de amor da Maria Bethânia. Libera o gênero! Não tem nada a ver uma coisa com a outra", clamam os meninos.
Da influência do afrobeat, trazida por Pedro Dantas, do Abayomy, nasceu “Filho do Fela”, uma homenagem a Fela Kuti pelo impacto dele, e da África em geral, na cultura de todo o mundo, especialmente no Brasil. “É o Biltre experimentando coisas novas, sem deixar de ter o nosso humor, a característica de questionamento, mas com uma pegada mais afrobeat, menos pop ou eletrônico”, conta Arthur.
E pra mandar um recadinho do flerte, tem “Tomate”, um convite de amor pro casal passar uns dias no sítio, numa vibe harebo e sem mexer no celular. “A gente tenta ser engraçado, mas sem tirar certas realidadezinhas. São pequenas alfinetadas, mas sem deixar climão, pro casal, seja lá de qual gênero, rir junto”, instiga Vicente, que usou até uma DR que teve com a mulher como material pra uma letra autobiográfica, na faixa “Superficial”.
“É uma releitura da velha história do Eduardo e Mônica, de uma parte do casal que ainda não amadureceu e a outra fica cobrando isso. É também um recado da banda para as pessoas, porque tem gente que reclama e diz que somos muito bobos. E é justamente isso que achamos legal, uma qualidade de sair do blasézismo da Zona Sul carioca”, defende.
Além dessas, “O nosso amor vai dançar” conta ainda com “Biju”, uma faixa antiga escrita por Arthur e que poderia, facilmente, se chamar “Sextou!”, e mais algumas surpresas. “A gente segue a filosofia Tim Maia. Ele dizia que o disco tem que ter o esquenta-suvaco e o mela-cueca, então, neste disco a gente tem duas faixas mela-cueca e várias esquenta-suvaco”, brincam.
O álbum chega às principais plataformas de streaming no dia 20 de outubro e também será distribuído em fofíssimos pen drives em formato de chinelo, uma charmosa edição limitada feita em parceria com a Rider. Repetindo o sucesso do pen drive de banana do álbum “Bananobikenologia”, esta edição pé no chão terá, além das oito faixas, fotos, vídeos, letras das músicas e artes especiais, uma forma de levar tudo da Biltre pra casa.
Menos carão, mais chinelo!
Agradecimentos: Fosfobox, Guigga Tomaz e Marc Kraus.