Atelier Marcelo Amorim
Forjando homens: entre a palmatória e o aço
Publicado em 01/2020
Marcelo Amorim (Goiânia, 1977) coleciona e apropria-se de imagens para a partir delas produzir principalmente desenho, pintura e vídeo. Retiradas de acervos particulares, manuais, livros didáticos, mídias sociais, as imagens tem procedências diversas e parecem ser de um passado distante. Através de montagens e transposições o artista liberta intenções, particularidades e gestos contidos nas imagens com o intuito de levantar questões sobre os valores culturais históricos e sua evolução ao longo do tempo. Realizou exposições individuais no Ateliê397, Centro Cultural Elefante, Centro Cultural São Paulo, Galeria Zipper, Galeria Jaqueline Martins, Galeria Oscar Cruz, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Paço das Artes, além de ter participado de coletivas na Caixa Cultural, Instituto Figueiredo Ferraz, Memorial da América Latina, Paço das Artes e Sesc, entre outros. É representado pela Zipper Galeria. (https://www.zippergaleria.
"Minha pesquisa abrange informações históricas perdidas ou suprimidas e visa torná-las fisicamente presentes mais uma vez, a fim de revelar valores culturais e sua evolução ao longo do tempo. Atuo como editor, lidando com uma enorme quantidade de imagens que antes tinham algum objetivo original, mas que agora são esquecidas. Frequentemente visito sebos, onde encontro a maioria das imagens apropriadas que uso em meus trabalhos de arte. Também uso a internet para coletar fotografias e filmes anônimos, principalmente entre os anos 1910 e 1970." - Marcelo Amorim
"Estou interessado em como as representações visuais do corpo masculino desempenharam uma função específica como retórica, como uma forma de representação destinada a persuadir o público em bases sociais, culturais e políticas. Trabalhando através de uma coleção de imagens, procuro gerar uma iconografia das forças que moldaram historicamente o homem branco socialmente dominante e politicamente hegemônico, entendendo a masculinidade não como manifestação de uma essência interior, mas sim como socialmente construída e criada em contextos culturais.
Outro aspecto é entender como, através da mídia, os governos transmitem diretrizes aos seus cidadãos. Parte do trabalho traz revistas, livros didáticos, publicações antigas que tinham objetivos claros de persuasão e reverberam seu conteúdo até hoje. Busco convocar uma leitura crítica sobre como os valores democráticos, os papéis sociais, a diversidade e a naturalização da desigualdade foram interpretados." - Marcelo Amorim