#5 anos | Schlaepfer
Drunk shooting is easier than drunk writing.
Publicado em 08/2013
5 anos de I Hate Flash, né? Que coisa. Parece tão pouco tempo, e... Porra nenhuma, é tempo pra caralho mesmo! É pra comemorar porra!! :)
Não sabia (ahn, não sei ainda) muito bem o que escrever por aqui; pensei em colocar as fotos publicadas que mais queimassem o filme de todo e qualquer envolvido com a marca (coisa que fazemos semanalmente, opa). Ou então as fotos não publicadas que nosso pequeno resquício de moral e bons costumes nos fazem censurar, mas nós deletamos MESMO as fotos que não podem ser publicadas. Pensei em ficar tão bêbado quanto na maioria das festas que fotografamos. Ok, isso eu fiz um pouco antes de começar a escrever, admito. Mas é meio que obrigatório fazer algo tipo uma retrospectiva, né?
Bom, minha memória é uma merda, então o que eu não contar aqui, finge que foi porque não quis me alongar muito no texto (mas na verdade é porque eu esqueci mesmo).
Acho que apesar do site ter surgido em 2008 história começou em 2007, quando eu tinha 20 e poucos anos, e dividia meu tempo entre estudos e estágio.Eu fotografo desde quando eu não me lembro. Ok, já falei que minha memória é uma merda, mas não quis dizer o manjado e mentiroso "desde sempre". Em 2008 eu estava há bastante tempo sem fotografar nada diferente: na SeagullsFly eu raramente fotografava algo além de produtos de uma forma totalmente técnica e na faculdade eu já tinha zerado toda e qualquer matéria que desse pra eu inventar uma desculpa de envolver a fotografia no meio. Daí resolvi procurar uma desculpa em outro lugar.Como o tempo que sobrava se resumia a algumas noites livres e eu não queria deixar de sair com meus amigos, o jeito foi juntar tudo: passei a fotografar as tardes de skate, os shows que participávamos, os bares que íamos, as festas que tocávamos... enfim, a cena a qual pertencíamos.
No começo, eu mandava as fotos por ICQ (!!!), MSN ou e-mail. Mas como boa parte da graça é fotografar gente que eu nunca vi na vida, achava melhor não pedir o contato depois de ter estourado um flash na cara de um desconhecido que acabou de me xingar. O jeito foi colocar as fotos online pra quem quisesse ver. Assim surgiu o Flickr e consequentemente o nome do I Hate Flash, já que eu tinha que escrever alguma coisa no campo "login" pra poder registrar.
Em pouco tempo as pessoas pararam de odiar (mentira, continuarão pra sempre) e passaram a me chamar para fotografar seus shows e festas. Várias vezes rolavam 2 ou 3 convites no mesmo dia, que eu tinha que negar por só ter um clone. Com isso passaram a fazer o inimaginável na época: me oferecer DINHEIRO pra poder fazer aquelas fotos esquisitas atrapalhando desconhecidos e cegando que estava por perto! Cacete!
Quando eu vi que aquilo começava a virar algo, chamei alguns amigos pra começar "de verdade" o projeto comigo: Fabio Giolito, Kenny Hsu e Marcelo Mattina foram os três primeiros a fazer o projeto se tornar um coletivo e o Flickr virar um site, que no começo tinha as fotos beeem menores (por isso que tá meio cagado aqui no layout atual, haters gonna hate) e com alguns logos diferentes (as vezes só um raio, outras a marca quebrada em duas linhas, outras sem logo nenhum ou até com o logo da festa que fotografávamos! Uma beleza). E eu os amo (odeio!) pra sempre por isso. <3
A primeira grande mudança no site rolou em 2010, quando Fabio e Kenny não estavam mais fotografando e Mattina se mudou pra São Paulo. Me vi sem poder contar com nenhuma ajuda nas fotos, mas os trabalhos só aumentavam, além de cada vez mais festas. Conforme o site ficava conhecido clientes de diversos meios que antes eu pegava como freela começaram a surgir ainda mais: muito mais shows do que eu já tinha fotografado nos anos anteriores, ensaios, lookbooks, catálogos e editoriais de moda, exposições, apresentações, festivais... E pra melhorar, ainda passei a trabalhar na Rede Globo, que tinha um ritmo (quase!) tão pesado quanto o I Hate Flash. Acho que foi aí que eu passei a pular algumas etapas da minha vida, tipo comer, beber e dormir.
Maaaaaaaaaaaaas como isso é uma história com final feliz, tudo conspirou positivamente nos anos que se seguiram. Com o Mattina em São Paulo surgiu o primeiro núcleo do I Hate Flash fora do Rio de Janeiro. E por aqui eu chamei gente que até hoje eu não faço ideia do motivo de eu ter apostado, já que na época ainda não eram tão próximos e as fotos ainda não era tão boas. Mas que por alguma razão que o universo desconhece deu certo pra caralho e hoje são profissionais fodas e meus amigos e família. (Eu juro que tentei lembrar a ordem de entrada da galera, mas nem fodendo vai rolar. :D)
No ano seguinte a segunda grande mudança. Além de mais e melhores fotógrafos se juntando ao time, a marca crescendo cada vez mais e os trabalhos dentro e fora do site cada vez mais numerosos, apareceu o primeiro convite para cobrir alguns dos maiores festivais do mundo. Assim, no colo.
Saí de vez da Rede Globo e passei a me dedicar inteiramente ao I Hate Flash. Ele virou uma empresa de fato, depois de todo um inferno burocrático obrigatório e papeladas intermináveis (acho que é o único ódio real que existe nessa história toda). E isso tudo no timing mais perfeito possível: pra começar essa fase fomos a convite da Farm fazer a cobertura de festivais na Inglaterra e Japão. (!!!!!!!!!!!!)
A partir da volta dessa viagem o ritmo não diminuiu, e suspeitamos que não irá diminuir nunca mais.
Passamos a fazer a cobertura oficial do maior festival do mundo e de alguns outros importantíssimos festivais nacionais e internacionais. Até comecei a listar os nomes, mas tenho certeza absoluta que esqueceria de alguns deles e seria apedrejado por isso. Então deixa eu colocar algumas fotos semi-aleatórias pra ilustrar alguns deles que tá valendo.
Pra finalizar (sim, pulei mil coisas importantíssimas, tô morrendo de sono e tenho que terminar de escrever a tempo de dormir pelo menos meia hora até acordar pro primeiro trabalho do dia, êêêê) vou citar a fase atual, que acredito ser parte da terceira grande mudança: além de termos conseguido mais excelentes aquisições ao time - não só fotógrafos, mas também video makers, editores, branding e atendimento, entre outros - abrimos a nossa base / casa / quartel general após quase dois longos anos em busca da batida perfeita. Faltou sim muuuuuita coisa pra falar sobre, como nosso trabalho no mercado da moda que é cada vez mais presente e a gente ama fazer, os shows que sempre fotografamos e são importantíssimos na nossa história, ou nossos investimentos e profissionalização também nos vídeos... Mas é bom que eu tenho motivo pra tomar vergonha na cara e escrever mais vezes aqui no Zine, e cobrar esses 22 (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) flash haters a fazerem o mesmo. Nos próximos 5 anos a gente consegue!