Rio Parada Funk 10 anos
Live de comemoração de 10 anos do maior baile funk do planeta!
Publicado em 05/2021
O funk é uma necessidade básica do carioca, e a cidade do Rio de Janeiro, por conta da pandemia mais contagiosa e letal da nossa geração, amargou um ano de jejum do maior baile funk do mundo. Em 2021, a Rio Parada Funk completou 10 anos e não poderia passar sem uma edição especial, seguindo todos os protocolos, óbvio. O formato mudou, virou digital, equipe de produção e programação ficou mais enxuta e sem público, para preservar a vida de todes. Transmitida on-line, diretamente da Rocinha, no dia 11 de abril, a Rio Parada Funk digital levou para as smart TVs, smartphones, tablets e desktops da massa funkeira aquela atmosfera gostosinha que só o baile funk proporciona.
A equipe de som no estacionamento do Emoções e ao fundo o visual da maior favela da América Latina faziam o cenário perfeito para a apresentação de DJS e MCS que marcaram edições anteriores desta primeira década da Rio Parada Funk. Os decks ficaram sob o comando dos djs Gordura, Napô, Mandrake e Ulysses, que transitaram em harmonia pelas variadas vertentes do funk, e do residente Grandmaster Raphael, que contou com a participação de Léo Barata, quando tocou a “Montagem do Berimbau” ao vivo.
A Rio Parada Funk surgiu num momento de urgência. Durante a Resolução 013, que praticamente proibia os bailes funks nas favelas do Rio de Janeiro, surgiu a ideia de fazer um baile funk com vários paredões de som, no centro do Rio. Uma missão quase impossível de realizar devido a conjuntura política da época. Mas com muito diálogo, a produção conseguiu a liberação do evento, e em outubro de 2011 colocou em pleno Largo da Carioca: 10 equipes de som, 50 djs, 40 mcs e aproximadamente 100 mil funkeires. Histórico!
Dez anos depois, e após um ano de pandemia, qualquer tipo de evento que cause aglomeração, inclusive o baile funk (mais uma vez), estão proibidos. Mesmo assim, não só a massa funkeira, como os profissionais da cultura clamavam por um baile - seja pra trabalhar, seja pra se divertir. Mais uma vez, a produção da RPF realizou o impossível e levou para a casa de milhares de pessoas um verdadeiro baile funk: a Rio Parada Funk Digital. Um verdadeiro afago!
Os shows dos MCS foram lindos demais! Vou começar falando sobre os artistas locais da Rocinha: MC Galo, a história do funk em pessoa, MC Preto, sempre irreverente e performático, e os MCs Júnior e Leonardo, relembrando os endereços dos bailes. Duda do Borel aromatizou o ambiente com o “Rap da Maresia” e outros clássicos, MC Julaine mostrou que baile funk é só lazer, Os Havaianos e os Imperadores da Dança quicaram e rabiscaram naquele pique, a mamãe da putaria, Tati Quebra Barraco, embrasou com seus eternos sucessos, Jesus! MC Smith deu aquele papo reto e o General Cidinho emocionou todos quando abriu o show com uma paródia de “Sonhos” do Peninha.
Mais que um baile, foi um reencontro de grandes amigos, num clima de muito sentimento e luta pela vacinação em massa e a volta dos trabalhos no setor cultural. Inclusive, MC Cidinho ressaltou seu pavor da Covid19, por ser grupo de risco e por ter perdido pessoas próximas para este vírus oculto, como ele mesmo disse. A RPF sempre foi marcada pelos encontros de artistas e amigos que não se vêem com a frequência que gostariam por conta da agenda, por isso a energia é única, e o público presencial ou à distância consegue absorver.
Se você não acompanhou ao vivo, tranquilidade, pois é só entrar no canal da RPF no Youtube que você poderá assistir na hora e lugar que quiser. Este reencontro também rendeu uma série de três episódios que contam um pouco desses 10 anos de história da Rio Parada Funk, produzidos em parceira com o I Hate Flash (fica de olho, que vamos disponibilizar em breve em nossos canais). Até o ano que vem!
#ProtejaSuaFamília