fraga bh
A moda e as marcas que BH tem pra nos enfeitiçar
Publicado em 02/2018
Essa história de que só o eixo Rio – São Paulo é que lança moda já saiu de moda tem um tempo. As maiores inspirações e pirações desse rolê têm sido a rua, o urbano e o humano.
Mas e você, sabe dessas tais (ins)pirações mineiras - ou lê-se maneiras? Belo Horizonte nos últimos tempos tem se tornado peixe grande nesse assunto, e estamos pirando um tanto nos nomes e nessa história louca que é a moda mineira. O mundo mudou e a moda não foi diferente disso. Estamos valorizando cada vez mais marcas com propósito, que geram empatia e que pensam além do produto final, que pensam em experiência e que usam esse “experimento” como ferramenta de empoderamento.
Nos reunimos para produzir algo junto dessas marcas e daí surgiu essa piração. Um editorial produzido por uma renca de galera de Belo Horizonte que nós puta admiramos e também uma chance de contar um pouco mais sobre cada uma dessas marcas e da onda positiva que elas causam na cidade.
DIWO
O nome é uma redução de Do It With Others (“Faça com os outros”, em tradução livre), e é literalmente isso: a ideia da marca é estimular um movimento colaborativo na cidade. As peças têm um tom completamente diferente de tudo que a gente já viu, as cores, os materiais, as cordas que são usadas como alças e por ai vai. É um street-glamour. Talvez a DIWO seja tão legal por entender de gente e por ser uma plataforma que impulsiona outros fazedores.
Peças a partir de R$ 49,90.
Molett
A Molett é a minha marca preferida de roupa e foi com eles que eu descobri que aquele ditado que diz “ou é bonito ou é confortável” não faz sentido. Dá, sim, pra ser irado e, acima de tudo, ser o mais confortável possível. Quando falamos de conforto, penso logo em moletom e foi nisso que a Molett pensou. Uma marca versátil, urbana, à frente do tempo e que pensa moda pra todos e de tudo que é jeito. A ideia da marca é ser atemporal e criar produtos que transgridem estações. Contemporâneos e disruptivos.
Peças a partir de R$ 197.
LED
A LED se destaca pelo estilo conceitual, irreverente, elegante, universal e sem gênero. Aliás esse é o rolê mais irado da marca, carregar o senso de liberdade e expressão não definida, criar peças pra corpos e não pra definir grupos. Inclusive, talvez “expressão” resumisse todo o universo infinito que a LED é, porque o principal propósito da marca é utilizar o corpo como um espaço estético de resistência e a roupa, como ferramenta de expressão, sem questionamentos, sem padrões e sem amarras. É um espaço de experimentação, onde o erro e acerto são as principais formas de evoluir. É uma marca de movimento, que instiga e provoca através de críticas sociais, conectando-se com pessoas e dando voz ao que sempre foi silenciado. Conceitos impregnados de leveza, praticidade, versatilidade: a LED é plural.
Peças a partir de R$ 49.
Lâmina Company
A Lâmina é uma marca de upcycling com viés urbano. Ela surgiu da junção de vontades - a de ter uma marca que causasse menos impacto no mundo e produzisse menos lixo; a da expressão artística, uma vez que a coleção é toda adaptada através de pixos, estêncil, rabiscos e adaptações manuais - e da oportunidade de reunir o imenso acervo de roupas garimpadas pela galera que estava disposta a recriá-las. Uma forma de repensar padrões, ansiedade de consumo e produção em massa.
Peças a partir de R$ 20.
Nephew
A Nephew é a marca que se destaca no assunto hip-hop e streetwear. Ainda é nova, mas já tem pontos físicos próprios em Belo Horizonte e em São Paulo. Além de marca, a Nephew é conhecida pelo agito cultural e estético que causa na cidade. Os meninos têm referências gringas, tanto em lifestyle quanto musicais, e acharam em beagá um cenário potencializador para essa vontade. Vale procurar saber sobre a Nephew e sobre as festas que a galera faz. É agito estético.
Peças a partir de R$ 15,90.
Moda Moon
A Moda Moon surgiu de um vício de sua criadora: em cada país, estado ou lugar que visitava, Lara Lima garimpava óculos que fugiam do comum e que, provavelmente, a galera de beagá nunca tinha visto. Até que Lara começou a criar outros modelos e a se movimentar na cena, principalmente noturna, da cidade - afinal, as possibilidades que tínhamos por aqui eram muito restritas. Assim, a marca simplesmente aconteceu - e ficou foda. Hoje a Moda Moon é uma das marcas de óculos mais promissoras do Brasil e tem uma cartela cabulosa de peças, que variam dos óculos mais básicos até os mais conceituais. É dessa verdade explicita que a Moon virou um puta laboratório de inspiração e piração.
Produtos a partir de R$ 49.
Cacete Company
A Cacete é uma das marcas que mais tem crescido em Belo Horizonte. A galera é boa em inovar e produz roupas casuais e underwear fora do padrão, trazendo novos materiais, padronagens, logomania, design inovador e também a quase exclusividade, já que o volume de produção é bem pequeno. A Cacete é uma marca de espírito livre e jovem e veio como uma solução pra um lifestyle mais leve e descomplicado, além de confrontar padrões, estilos e estímulos socio-urbanos. Com peças de alfaiataria a formas mais desconstruídas, a Cacete leva a rua para a rua.
Peças a partir de R$ 53,00.
Tá vendo essa infinidade de rolês pra gente conhecer e pirar, fora do lugar comum? Talvez seja um ponto de partida pra se ligar em outros lugares e outras verdades. Nem tudo que sempre foi sempre será, o mundo mudou e a moda foi junto.
Ficha técnica
Fotografia: Fernando Schlaepfer
Assistentes de fotografia: Fernanda Figueiredo e Mateus Lustosa
Making of (fotos em p&b): Cleu Oliver e Mateus Lustosa
Produção: Cleu Oliver
Stylist: Maria Cândia
Assistente de styling: Leticia Sanab
Beleza: Karin Lasmar
Modelos: Hadassa Baptista, Arthur Kopp e Anna Catharina Goulart