Já sabemos qual vai ser o point do verão
O Rivalzinho pode ser happy hour ou pré-night. É na rua e de graça. Só chegar
Publicado em 10/2016
Não é a estrada de tijolos amarelos de “O Mágico de Oz”, mas a vibe é tão encantadora quanto a do filme. Basta seguir o caminho dos paralelepípedos nos arredores da Cinelândia para chegar a um dos cantinhos mais aconchegantes e gostosos do Rio: o recém-nascido (porém cheio de borogodó) Rivalzinho.
O filhote do Teatro Rival, tradicional e querida casa de shows carioca, nasceu em fevereiro deste ano, poucos dias depois do Carnaval, no espaço onde há algum tempo funcionava o Café do Rival – que foi revitalizado para ganhar a cara mais divertida que tem agora, com grandes pompons coloridos, letreiro em neon e globo de espelhos. O balcão fica a poucos metros da rua, tão poucos que a distância talvez nem chegue a um metro, e a intenção é justamente servi-la.
“A ideia do Rivalzinho surgiu de uma vontade crescente de ocupar a rua e de um movimento underground transgressor de desbunde que começava a se fortalecer na noite do Rio. Nosso bloco Sem Rival já representava bastante isso, e achávamos que o momento era de valorizar a irreverência e a descontração que mistura festa e ativismo”, nos conta Alê Youssef, sócio da empreitada, ao lado de Pedro Henrique Trajano, Leandra Leal, Kátia e Bianca Barbosa. E, olha, nós provamos e comprovamos que a festa montada diariamente ali na rua Álvaro Alvim é uma delícia. Pessoas dançam, cantam, rebolam, bebem e flertam mesmo debaixo de chuva fina, como a que caía na quinta-feira que passamos por lá. Na calçada, Marcelinho da Lua tocava vinil – imagina essa cena! Tudo isso rolando em um pedaço do centro da cidade que há alguns meses ficava deserto e com um clima bem diferente.
“Fizemos o projeto também acreditando na possibilidade de um amplo processo de revitalização urbana através da cultura e da arte”, diz Alê. “Estamos vivendo um momento muito especial de união dos empreendedores locais, que estão aproveitando o grande movimento de pessoas para requerer junto ao poder público os registros e regularizações necessários para que esse tipo de negócio vinculado a economia criativa possa se desenvolver como estratégia de transformação da cidade. Sabemos que não adianta investimento em grandes obras sem gente ocupando as ruas. É o público nas ruas que gera a verdadeira revitalização urbana, e o Rivalzinho cumpre esse papel”, defende o empresário, que foi figura importantíssima do movimento do Baixo Augusta, quando abriu por lá sua antiga casa, o Studio SP (irmão do também finado Studio RJ).
O grande trunfo do Rivalzinho é estar ali, esperando a galera, naquele horário que pode ser o happy hour para alguns e o pré-night para outros, com cerveja boa, drinks delis, DJs adorados e um cardápio que, olha... É assinado por Kátia e Bianca Barbosa, mãe e filha talentosíssimas que comandam o restaurante Aconchego Carioca.
“Diferentemente da maioria das experiências de noite no Rio, as pessoas que frequentam Rivalzinho adoram a possibilidade de uma diversão intensa e maluca, mas que acaba cedo. Isso, de uma certa maneira, faz com que a noitada seja para todas as idades, mas especialmente para aqueles boêmios de longa data, que já não tem o tempo livre ou mesmo a disposição para encarar a madrugada”, acredita Alê, que cuida também da curadoria de festas e DJs que pisam por ali. Na lista de residentes e parceiros estão Gigante César, Lili Prohmann, DJ MAM e Marcelinho da Lua, que gosta de reservar para suas noites lá todos os sons que o influenciam.
“Do choro ao blues, é tudo livre. Eu quero tocar as pessoas na emoção e não só nos pés. Já que não temos som potente, a proposta é trazer emoção e surpresa para o executivo da grande empresa ao catador de recicláveis”, explica Da Lua. “Cada rosto que passa ou senta me traz desejo de mexer com suas emoções. É fantástico tocar na rua, onde os transeuntes nem sempre estão de corpo presente”, completa o DJ.
E aí, bora desbundar e dominar aquela rua de paralelepípedos?